Uma manhã chuvosa de primavera.
Ele, preto e branco, enquanto protege sua preciosa pasta, reclama do temporal. Afinal, molhava sua calça durante o trajeto ao metrô.
Ela, com tantas cores contidas em si e com a ingenuidade de uma criança, encara o céu com um sorriso. Por mais que saiba que suas roupas ficarão ensopadas pelo restante do dia, gosta do cheiro da chuva. Gosta do tom cinza que a cidade adquire, apesar dos inconvenientes causados pela água.
Ela, enxerga a pluralidade da vida. Sente-se grata por sentir a chuva de cores que cai sobre ela e sabe que o sol logo voltará a aquecer aquele lugar.
Ele, preso em seu mundo preto e branco, não percebe o que está acontecendo naquele dia.
Talvez não consiga enxergar além de sua pequena bolha, por estar tão envolto na rotina, agenda e prazos.
Talvez apenas não queira sair da zona de conforto de seus pensamentos binários.
Quando lhe perguntam como está o céu naquela manhã, diz que está cinza.
Como seu guarda-chuva.
Ignorando o tom roxo das nuvens.
Amarelo, dos primeiros raios da manhã.
E o rosa do pôr-do-sol que se forma atrás das colinas.
Perspectivas.
Sexta, 6 de outubro de 2017
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