quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Pessoas de papel

Olhe só para mim, escrevendo humildemente um texto como os que costumava fazer. Em madrugadas exatamente como essa. Encarando a escuridão da noite. Mas não com o mesmo olhar. Aquele olhar artístico que só brota na visão de poetas. Poetas do seu bloco de notas particular. Mas minha visão está desgastada. De tanto pensar besteiras sobre aqueles que poetizam suas vidas e suas madrugadas. Meu lado poético simplesmente se apagou. A poeta que esperava calada até essas noites frias de dezembro fez suas malas e foi embora. Não se sentia mais querida aqui dentro. Mas não era pra ela ir. Gostaria que voltasse aqui, ficasse para tomar um chá. Nunca realmente quis te esquecer. Sente-se para pensarmos juntas nessas pequenas janelinhas acesas. Volte. Para nós leigamente brincarmos de entender o amor e todas as idas e vindas do coração. A vida fica sem graça sem a arte. E sem filosofarmos diariamente. Nos tornamos vazios. Como pequenas pessoas de papel. 

Quarta-feira, 2 de Dezembro de 2015


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