domingo, 13 de setembro de 2015

O segredo de Emma Corrigan - Sophie Kinsella

Olá, leitores! 
A resenha de hoje é sobre um livro que comprei na primeira sexta feira Bienal do Livro. Queria escrever esse post depois do sobre minha experiência bienática (?), mas meus dedinhos estavam coçando para dividir minha opinião sobre a obra da Sophie, para que vocês não percam o tempo que eu perdi para conhecer essa autora maravilhosa. 


Emma Corrigan tem segredinhos bobos, daqueles que todos nós temos. Eles vão desde seu peso à suco de laranja na planta da chefe, mas o que ela não esperava é que tê-los revelado à um completo estranho quando entrou em pânico, devido a uma forte turbulência em um avião, fosse mudar sua vida até que Jack Harper, a lenda do marketing e o fundador da companhia onde trabalha, vai visitar a sede de sua empresa em Londres e então as coisas começam a ficar interessantes. Afinal, não é todo dia que seu chefe sabe de tudo sobre a sua vida, inclusive que você dá escapadas para o Starbucks no horário do serviço e pequenos detalhes diários como esse.
"O segredo de Emma Corrigan" foi meu primeiro livro lido dessa autora e não poderia ter me deixado uma melhor impressão. Foram momentos maravilhosos na companhia de Emma e Jack! Fiquei apaixonada pela personalidade de Emma e pela humildade de Jack (<3).
Confesso que quando me falaram de um tal livro engraçadíssimo escrito por uma britânica não levei fé na parte da comédia, mas me peguei gargalhando e paguei a língua. 
Sophie não é a rainha do click-lit em vão. Sua narrativa é simples, leve e envolvente. Eu devorei os capítulos e senti uma fina saudade quando cheguei ao fim. A única coisa que me conforta é que a Sophie tem vários livros publicados e posso matar a saudade de sua escrita a cada título. Recomendo para todos, mas é leitura obrigatória para os fãs de livros de mulherzinha. Dei cinco estrelas, mas gostaria de dar toda a via láctea. A tempos um livro me surpreendia tão positivamente. 
A história me lembrou um pouco "Azar o seu" da Carol Sabar, uma de minhas autoras nacionais prediletas, por mais que não tenha muita coisa a ver tirando o pontapé inicial da estória. 
Acho muito difícil resenhar livros que amei, porque a resenha nunca faz jus a obra, mas eu realmente espero ter empolgado vocês. Não percam todo esse tempo que perdi sem as palavras da Kinsella.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Um ano inesquecível - Pimenta, Dewet, Vieira e Rebouças

Olá, leitores!
Estava ansiosa por esse livro desde que divulgaram a coautoria entre essas autoras tão talentosas da literatura brasileira. Um ano inesquecível é composto por  quatro contos, cada um passado em uma estação do ano, escrito pelo quarteto fantástico Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita Rebouças. É muito amor para 400 páginas. <3

Um ano inesquecível

  • Enquanto a neve cair (Paula Pimenta)
O inverno de Paula Pimenta é abordado no frio de Vale Nevado, Chile. Mabel foi praticamente arrastada para uma viagem em família quando o que mais queria era estar no Brasil. O que a garota não sabe é que essa semana nas terras geladas da América do Sul será capaz de aquecer seu coração. 
É marmelada escrever essa resenha quando esse conto foi escrito no período que a autora estava viajando comigo. Vocês já sabem minha opinião, tudo que a Paula publica é maravilhoso e essa história não foi diferente. 
Já simpatizei com a protagonista pelo fato de ser baixinha e é simplesmente sensacional como a autora conseguiu transformar uma viagem em família numa experiência romântica. Essa Paulets só nos ilude. Não dá com ela, não. Sem dúvidas, "Enquanto a neve cair" é o melhor conto do livro.

  • O som dos sentimentos (Babi Dewet)
Babi nos traz um outono chuvoso das vidas de João Paulo e Anna Julia, tendo como cenário a Avenida Paulista. Ela, uma jovem da elite paulistana que teve a vida inteira controlada pelos pais. Ele, deixou Minas Gerais para perseguir seu sonho na capital, estudar música. E, como dizem por ai, "where words fail music speaks". 
É um bom conto, não posso negar. Nada demais, porém. A narrativa da Babi é maravilhosa, mas algo na história não me conquistou. Talvez a falta de uma problemática. Ou quem sabe a falta de sal nos personagens. 
Eu acho a Babi uma escritora e tanto, mas confesso que esperava mais. Talvez eu tenha depositado muita expectativa. Talvez, mas mesmo assim o conto está longe de ser ruim.

  • A matemática das flores (Bruna Vieira) 
A primavera de Bruna Viera se passa no último bimestre do terceirão. Jasmine está segurando a lanterna e precisando de nota para terminar o segundo grau. Até que a morena de cabelos cacheados é obrigada a ter aulas particulares com um dos alunos da faculdade de engenharia. O que acaba não sendo tão entediante como a garota previa. 
Esse conto foi o extremo oposto da Babi. Eu não esperava nada e me surpreendeu de uma forma muito positiva. Como vocês devem saber, eu não gostei muito da pegada da Bruna para os romances em sua trilogia, mas sua escrita evoluiu muito nesse livro. É clichê, mas daqueles que você gosta de ler. Não foi o melhor conto do livro, mas Jasmine foi uma boa companhia nas horas que passei ao seu lado. Aliás, sua opinião sobre matemática me representa. E muito. 
  • Amor de carnaval (Thalita Rebouças)
Carnaval do Rio de Janeiro. Três amigas. Subcelebridades. Traições. Romance. Sapucaí. 
A Thalita arrasou! Eu não sou de rir com livros, mas eu gargalhei com esse conto. Não esperava muito, pois detesto Carnaval, mas o romance foi muito bem desenvolvido e eu me peguei querendo que o conto fosse estendido. Definitivamente, "Amor de Carnaval" e "Enquanto a neve cair" foram os melhores contos do livro. Eu inclusive acho que deveriam ser estendidos. Cem páginas é muito pouco para expressar meu amor por Guima e Ben.




quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Por favor, matem a matemática

Nunca fui a melhor aluna da minha classe. Não por não ser boa o suficiente, mas por não limitar meus pensamentos a meia dúzia de fórmulas. O x e a tangente nunca realmente fizeram sentido. Sempre fui de humanas, mesmo quando não sabia o que era isso. Quando a  tia pedia para Mariazinha dar balas para Joãozinho e depois tomar algumas de volta eu não queria calcular com quantas balas Joãozinho ficou, eu queria entender o porquê de Mariazinha ter tomado-as de volta e travar um diálogo emocionante a nível de jardim de infância. Ocorre que ninguém nunca reconhece os de humanas como inteligentes, ou, pelo menos, não no Ensino Médio. Quando você gabarita uma prova de álgebra é um crânio, já uma de geografia-política, é malandro, ou, ao menos, bom de enrolar. Somos incompreendidos. Não somos enroladores e sim bem articulados. Conseguimos desenvolver um texto, usar as palavras ao nosso favor. Mesmo com toda a glória dos matemáticos, não trocaria minhas palavras por número algum. 
Amo essa bipolaridade das letras, como mesmas histórias podem ser contadas de tantas diferentes maneiras. A forma como não tem certo nem errado e por isso não limita nossos pensamentos a caixinha que o atual sistema de educação nos impõe. O fato de termos conteúdo e uma boa conversa. Afinal, ninguém encontra o x no jantar.
Gosto de pensar que nunca saberemos o que realmente aconteceu com os personagens da História. Até por quê, em Humanas, lidamos com gente-(famosa)-como-a-gente, que levam segredos ao túmulo e a informação chega a nós num grande telefone sem fio, não é possível que em todos esses milênios não tenha sido nem sequer um pouquinho adulterada. Tive esse pensamento maluco quando imaginei Vargas contando sua versão do que realmente aconteceu no Estado Novo. Já que possuem diversas interpretações da pessoa dele. Para meu professor, um ditador. Para muitos o pai da nação. Mas quem seria ele na intimidade, fora dos textos do capítulo 7?  Eu nunca saberei. Mas gosto de imaginar. Pois é isso que nós, jovens, fazemos.
A padronização feita pela escola é errada. Cada um tem uma forma de desenvolvimento cognitivo. O mundo evoluiu. A sociedade mudou, mas o sistema arcaico de educação se perpetua. O pensamento "pra que eu quero saber disso?" é cada vez mais frequente. Simplesmente não posso aceitar um jovem saindo de uma instituição de ensino sabendo encontrar o delta como ninguém, mas não ter ideia da função de um senador. Talvez essa seja a razão de vermos tantas pessoas que possuem acesso a educação alienadas. É que sua mente simplesmente não foi preenchida do que realmente lhe trará conteúdo e cultura. Precisamos de uma revolução na educação. Uma revolução.
Por favor, alguém mate a matemática. Ou, pelo menos. me ensine funções. Esse texto foi escrito na madrugada antes da prova de recuperação? Provavelmente.